sábado, agosto 04, 2007

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Ele não sabia o quando do sempre
Em que andava
Ele percorria labirintos chegando sempre ao fim
E descobria então que era só o começo
Ele mergulhava até o fundo dos poços
E voltava à tona com uma nova teoria
Ele escrevia os absurdos reais do dia-a-dia
E achava isso mais divertido do que ler notícias
Ele não acreditava em notícias
E dizia que no minuto em que elas eram escritas já não eram mais novidades
Ele gostava de adormecer na luz do dia
E despertar no azul-marinho da madrugada
Ele pensava em pensar menos
E, assim, resolvia tudo dizendo que iria apenas refletir
Ele acreditava na diferença dos sinônimos
E creditava a cada palavra um novo alcance
Ele treinava obstinadamente um novo jeito de caminhar
E apoiava-se sobre as mãos movendo-se até não mais suportar o seu peso
Ele não desistia dos projetos abstratos
E abdicava de um plano em nome de outro e esquecia qual era o objetivo
Ele persistia nos planos
E esperava o dês-esperado fim