quinta-feira, agosto 09, 2007

Lista de atitudes nem sempre adequadas pra se fazer justamente no momento inoportuno

Encontrar o certo do errado e o errado do certo
Andar em cordas-bambas
Ficar na ponta dos pés em beiras-de-abismos
Gargalhar nos silêncios obrigatórios
Desamarrar os cadarços e caminhar
Autocriticar a autocrítica
Confudir
Arrancar o nariz do palhaço
Abrir a jaula dos felinos
E puxar a peruca do mestre de cerimônias
Não fazer cerimônia
Lutar pra não ter razão
Usar cada meia de uma cor
Misturar os pares
Unir os ímpares
Subtrair os covardes
Banir mediocridades
Aplaudir incoerências

sábado, agosto 04, 2007

...

Ele não sabia o quando do sempre
Em que andava
Ele percorria labirintos chegando sempre ao fim
E descobria então que era só o começo
Ele mergulhava até o fundo dos poços
E voltava à tona com uma nova teoria
Ele escrevia os absurdos reais do dia-a-dia
E achava isso mais divertido do que ler notícias
Ele não acreditava em notícias
E dizia que no minuto em que elas eram escritas já não eram mais novidades
Ele gostava de adormecer na luz do dia
E despertar no azul-marinho da madrugada
Ele pensava em pensar menos
E, assim, resolvia tudo dizendo que iria apenas refletir
Ele acreditava na diferença dos sinônimos
E creditava a cada palavra um novo alcance
Ele treinava obstinadamente um novo jeito de caminhar
E apoiava-se sobre as mãos movendo-se até não mais suportar o seu peso
Ele não desistia dos projetos abstratos
E abdicava de um plano em nome de outro e esquecia qual era o objetivo
Ele persistia nos planos
E esperava o dês-esperado fim