segunda-feira, junho 26, 2006

aaaah pois é!

Era tudo previsível e, de tão sabido e esperado, tornou-se uma surpresa imensa. Daquelas que chegam sem avisar, mas têm hora marcada pra acontecer e marcar. Daquelas, sabe, que a gente vive falando e pensa que só acontece em filme. Surpresas esperadas, insuspeitadamente esperadas por séculos... esperadas no sentido de esperança de que aconteçam, não de espera do verbo esperar. Mas... não é tudo a mesma coisa? Sei lá, não importa. Importa que aconteceu e aconteceu muito. Coisa de filme, cara! E eu fiquei ali, que nem protagonista que não sabe nunca o que fazer, até chegar a última cena... Mas justo o meu filme tinha que ser daqueles que tem “moral da história”... e eu sofri a lição final.

domingo, junho 18, 2006

fuga nº I

vôo
vôo
vou

vou

vôo
vou

voou

sexta-feira, junho 16, 2006

soaCaos

pensando em várias coisas, sem saber definir o que eu sinto, sem saber mesmo o que está se passando e sabendo que fatidicamente todas essas coisas juntas me levariam mais hora, menos hora ao caos, resolvi encurtar o caminho e pegar um atalho que me levaria direto a ele...
e posso dizer, sem erro, que o caos existe e não é apenas um estado de espírito... sim, o caos é palpável. essas palavras que escrevo, mais especificamente esse papel onde as desenho, pode ser manuseado e esse papel é o caos. a lágrima que deixarei correr daqui há alguns minutos deixará um rastro nas maçãs do meu rosto, onde percorrerão drásticamente um caminho tortuoso até os meus lábios e, então, minha língua provará o gosto que tem o caos.
fumarei um cigarro atrás do outro, fazendo com que o ambiente onde eu esteja vire uma neblina, e quem entrar nele sentirá o odor forte da nicotina e do queimado, e sentirá também a densidade do recinto, e tudo isso será uma experiência de contato com o caos. enquanto eu estiver no caos o caos estará em mim e me acompanhará por onde eu for, e quem estiver ao redor estará no caos sem estar no caos, porque o caos não é apenas um estado de espírito. eu serei o caos e estarei nele, e os outros apenas poderão constatar a sua existência e provar de algumas emanações provenientes dele. mas nem eu, nem ninguém, poderá defini-lo... por mais que não tente.

quarta-feira, junho 14, 2006

QUADRADO

TRÁGICO

terça-feira, junho 13, 2006

o mal da nossa geração é esperar da vida apenas um final hollywoodiano

...enquanto que o mais legal da vida é o quanto ela pode ter de Woodyano

domingo, junho 11, 2006

Ele tem qualquer coisa que eu não sei definir, que me enche de significação. Qualquer coisa que me invade silenciosa e atordoantemente e me deixa numa paz tão repleta de êxtase e que contagia a tal ponto que já não posso conter o sorriso. E eu escrevo essa declaração, que sei que não enviarei, porque já não sei mais o que fazer com tudo isso que sinto, que penso, tudo isso que acontece em mim tão demoradamente. E ele está ao alcance, bem perto e próximo, e eu não consigo emitir qualquer som ou ensaiar qualquer gesto que denuncie ou insinue esse sentimento que já não cabe mais em mim. E é tão egoísta e covarde eu não saber como agir, qual movimento ou qual palavra usar... Ele deveria saber, sim, tem direito a isso. Afinal, não parece justo eu me valer tanto da imagem dele e penetrar tanto nos seus gestos e palavras, e aprisiona-lo nos meus sonhos e desvarios, sem que disso ele tome conhecimento. Devo pedir permissão para quere-lo tanto e tanto e mais tanto e ainda. Pedir licença, educadamente e com gravidade. Mania essa de ser polida... a mesma mania que me impede de dizer muito do que penso a muitas das gentes que conheço. Demasiadamente civilizada, eu não me atrevo e me entrevo no tanto que deixo por fazer ou por falar ou por acontecer. E é no mínimo chato e triste admitir esse traço ignorante de personalidade. Ignorante, sim, pois completamente apartado de qualquer justificativa lógica e plausível. Não há argumento que dê aval ao fato de eu não ser capaz de dizer a ele tudo isso que é tão essencial e que lateja tanto na minha língua para ser dito. Tudo isso que tomou uma dimensão tamanha que eu estou aqui escrevendo, pra que de alguma forma isso possa chegar a algum lugar, a alguém, pra que de alguma forma não fique tudo engavetado e arquivado, depois de algumas lágrimas de resignação. Então eu escrevo, escrevo que ele é qualquer coisa de tão tão tão indefinível que me enche de significação.